quinta-feira, 13 de junho de 2013

Resenha do texto Review: Knowledge Management and Knowledge Management Systems: Conceptual Foundations and Research Issues

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Mestrado Profissional: Gestão em Organizações Aprendentes - MPGOA
Disciplina: Gestão do Conhecimento e Modelagem da Informação
Professora: Dra. Maria Gorete de Figueiredo

Resenha do texto Review: Knowledge Management and Knowledge Management Systems: Conceptual Foundations and Research Issues (Análise: Gestão do Conhecimento e Sistemas de Gestão de Conhecimento: fundamentos conceituais e questões de pesquisa), que tem como autores Maryam Alavi e Dorothy E. Leidner, e publicação no MIS Quarterly, V. 25, 2011.

Autor da resenha: Ana Clécia de Medeiros Diniz, aluna da Turma 3 - 2012 do MPGOA

O presente artigo aborda uma discussão acerca da gestão do conhecimento e as tecnologias de informação e comunicação – TIC’s utilizadas como suporte de apoio para a gestão organizacional de seus processos de trabalho.

Neste contexto os autores abordam primeiramente uma perspectiva baseada em conhecimento organizacional, na qual esse conhecimento seria incorporado e realizado por meio dos funcionários das unidades da organização, através de suas rotinas, políticas, documentos e sistemas (Nelson e Winter, 1982).

Sob este ponto de vista alavanca-se o conceito de ativos de conhecimento para gerar vantagem competitiva sustentável, para sistematizar esta visão o autor faz uso das ferramentas de TIC’s: internet, intranets, redes, navegadores, depósito de dados, mineração de dados, softwares aperfeiçoando a gestão do conhecimento intra e inter organizacional.

Os autores fazem uso do referencial teórico para adentrar na área de gestão do conhecimento. Iniciam esta tarefa diferenciando a tradicional visão do conceito hierárquico de dados, informações e conhecimento.

Para Fahey e Prusak (1998) o conhecimento é a informação existente na mente das pessoas (informação personalizada), que pode ou não pode ser nova, única, útil ou precisa relacionada a fatos, procedimentos, conceitos, interpretações, ideias, observações e juízos.

Desta forma, o conhecimento é o resultado do processamento cognitivo provocado pelo influxo de novos estímulos, sendo a informação convertida em conhecimento uma vez que ela é processada na mente dos indivíduos e o conhecimento passa informações, uma vez que é articulado e apresentado na forma de texto, gráficos, palavras e/ou outras formas simbólicas.

Numa visão alternativa do conhecimento, este pode ser visto como: estado de espírito, objeto, processo, condição de ter acesso ã informação ou uma capacidade. Sendo abordado também como “um estado ou fato de saber”, ou seja, “compreensão adquirida através de experiência ou estudo; a soma ou o intervalo de o que foi percebido, descoberto ou aprendido” (Schubert et al, 1998).

A primeira abordagem se refere ao estado de espírito que se concentra em criar condições para que s indivíduos possam expandir seus conhecimentos pessoais e aplique-os às necessidades da organização.

A segunda abordagem se refere ao objeto que postula que o conhecimento pode ser visto como uma coisa a ser armazenado e manipulado.

A terceira abordagem se refere ao conhecimento como um processo de conhecer e agir simultaneamente.

A quarta abordagem se refere à condição de acesso à informação que ver o conhecimento organizacional como sendo organizado de modo a facilitar o acesso e recuperação dos conteúdos.

E por último o conhecimento pode ser visto como uma capacidade de possuir um potencial para influenciar ações futuras, no sentido de interpretar as informações no intuito de verificar quais são as informações necessárias para a tomada de decisão.

Quanto às taxonomias o conhecimento pode ser tácito ou explícito conforme Polany (1962) e Nonaka (1994). A dimensão tácita é composta por elementos cognitivos e técnicos e a dimensão explícita se refere ao conhecimento articulado, codificado e comunicado de forma simbólica e/ou linguagem natural.

Os autores prosseguem as suas argumentações e a partir do quadro de análise do papel dos sistemas de informação no conhecimento organizacional, reconhecendo, portanto que tais TIC’s podem ser utilizadas para a difusão da aprendizagem e gestão do conhecimento na organização, conforme os 4 processos abaixo:

1 – Criação do conhecimento;
2 – Armazenamento/recuperação do conhecimento;
3 – Transferência de conhecimento;
4 – Aplicação do conhecimento

A criação do conhecimento pode ser subdividida em 4 modos: socialização, externalização, internalização e combinação. Se refere portanto a constante troca de informações entre conhecimento tácito e explícito, com o objetivo de criar novos conhecimentos.

O armazenamento/recuperação do conhecimento se refere à memória orgaizacional, como por exemplo, a gestão documental, sistemas de informações com base de dados recuperáveis, e o mapeamento de processos.

A transferência de conhecimento se relaciona diretamente com os indivíduos, no processo de aprendizagem. Onde as pessoas podem observar, verificar e aplicar os resultados de suas práticas e conhecimentos obtidos por meio de redes formais ou informais.

A aplicação do conhecimento se refere a integração de todas as fases anteriores, no intuito de facilitar a captura de novos conhecimentos, a atualização e a acessibilidade das diretrizes organizacionais em um contexto complexo e dinâmico.

Assim como os processos acima facilitam a modelagem da gestão do conhecimento na organização, a aplicação da TI se expressam nas seguintes ferramentas:

1 – Codificação e compartilhamento de melhoria mútua;
2 – Criação de conhecimento corporativo em diretórios;
3 – Criação de redes de conhecimento.


Por fim, os autores finalizam o artigo com diversas contribuições para a construção da gestão do conhecimentos nas organizações, enfatizando  o uso e a aplicação de sistemas de gestão do conhecimento ou (TIC’s) para o suporte, compartilhamento e criação de novos conhecimentos organizacionais.

Um comentário:

  1. A autora da resenha demonstrou uma notável capacidade de síntese, uma vez que conseguiu destacar em poucas linhas, os aspectos mais importantes de um artigo complexo e denso. Em linhas gerais, a resenha foca na análise do conhecimento, seus processos e suas diferentes alternativas e taxonomias. Dada a relevância identificada no contexto do artigo resenhado, o papel da TI nos processos de gestão do conhecimento também foi abordado. Entretanto, me ressenti da ausência de alguns exemplos práticos, fartamente oferecidos pelas autoras e que facilitaram a compreensão do arcabouço teórico, bem como de comentários relacionados às inúmeras questões de investigação levantadas por Alavi e Leidner, uma vez que um dos objetivos das pesquisadoras com o artigo, era contribuir com o avanço e a qualidade das pesquisas científicas, bem como estimular o interesse e o trabalho futuro de pesquisadores na área da gestão do conhecimento, especialmente no universo das organizações, tendo a TI como ponto focal de inquérito (Alavi e Leidner 2001, p. 132).
    A guisa de contribuição, deixo aqui algumas relevantes questões suscitadas pelas autoras, para nossa reflexão imediata e investigações futuras, sobre os processos de gestão do conhecimento e do papel da TI no apoio a esses processos:
    1. Que tipos de incentivos seriam eficazes para levarem os membros de uma organização a contribuir e compartilhar seus valiosos conhecimentos?
    2. Em que grau a transferência de conhecimento pode ser aumentada em uma organização como resultado da aplicação da TI nas iniciativas de gestão do conhecimento?
    3. Considerando que as organizações têm lacunas entre o que sabem e o que elas fazem, que práticas organizacionais podem ajudar a preencher essa lacuna na aplicação do conhecimento?
    4. Como proteger o conhecimento codificado e armazenado em uma organização de acesso não-autorizado ou cópia, garantindo a sua manutenção?

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