UNIVERSIDADE
FEDERAL DA PARAÍBA
Mestrado
Profissional: Gestão em Organizações Aprendentes - MPGOA
Disciplina:
Gestão da Informação e Modelagem da Informação
Professora:
Dra. Maria Gorete de Figueiredo
Resenha
do texto Review:
Knowledge Management and Knowledge Management Systems: Conceptual
Foundations and Research Issues
(Análise:
Gestão do Conhecimento e Sistemas de Gestão de Conhecimento:
fundamentos conceituais e questões de pesquisa), que tem como
autores Maryam Alavi e Dorothy E. Leidner, e publicação no MIS
Quarterly, V. 25, 2011.
Autor
da resenha: Evandro Farias Rocha, aluno da Turma 3 - 2012 do MPGOA
evdrocha@gmail.com
Apesar
de ser um tema relativamente novo (início da década de 90), a
prática da gestão do conhecimento associada às tecnologias de
informação e comunicação – TIC, vem se consolidado como um
processo sistêmico de identificação, criação, renovação e
aplicação dos conhecimentos estratégicos nas organizações,
possibilitando a criação, ao longo do tempo, de condições
favoráveis para obtenção de vantagens competitivas baseadas em
conhecimento.
O
texto Review:
Knowledge Management and Knowledge Management Systems: Conceptual
Foundations and Research Issues
(Análise:
Gestão do Conhecimento
e Sistemas de Gestão de Conhecimento: fundamentos conceituais e
questões de pesquisa), de Maryam
Alavi e Dorothy E. Leidner, traz uma
análise e interpretação da gestão do conhecimento e dos sistemas
de gestão do conhecimento, sob a ótica de diferentes campos do
saber, objetivando identificar e sistematizar as áreas de maior
relevância no tratamento da gestão do conhecimento; dando especial
atenção a influência do potencial das tecnologias da informação
(TI) como condicionante para uma execução sistematizada, integrada
e ágil da gestão conhecimento. Os autores baseiam sua pesquisa em
uma revisão sistemática da literatura e na análise de processos
consolidados de gestão do conhecimento em várias organizações.
Para
uma melhor compreensão do significado da gestão do conhecimento,
Alavi e Dorothy apresentam uma perspectiva alternativa à clássica
visão hierárquica dado, informação e conhecimento. Eles
reproduzem o pensamento de Huber, 1991 e Nonaka, 1994, que parte da
crença de que o conhecimento aumenta a capacidade da entidade
realizar uma ação eficaz. Neste sentido, o conhecimento pode ser
visto como: um estado de espírito; um objeto; um processo; uma
condição de acesso à informação; ou uma capacidade. Obviamente,
os diferentes pontos de vista do conhecimento conduzem a diferentes
percepções da gestão do conhecimento (Carlsson et al. 1996).
Dentro
do escopo da tecnologia da informação, os autores destacam a
citação de Watson (1999), para quem o conhecimento pode ser
entendido como uma capacidade de acesso, interpretação e utilização
da informação para auxiliar na tomada de decisão.
Alavi
e Dorothy, seguindo os passos de Polanyi e Nonaka, destacam duas
dimensões para o conhecimento: o conhecimento tácito e conhecimento
explicito. O primeiro como representação dos elementos cognitivos
e técnicos dos indivíduos, e o segundo como conhecimento
articulado, codificado, possivel de ser comunicado na forma de
símbolos ou linguagem natural.
Qualquer
que seja a perspectiva ou dimensão do conhecimente, os autores
procuram sempre estabelecer um nexo entre a TI e as diversas fases
dos processos de criação e gestão gestão do conhecimento. Seja
qual for a perspecitiva adotada,
a
capacidade de utilizar informação, aprendizagem e experiência
resultam em uma maior capacidade de interpretar as informações
necessárias para a tomada de decisão.
A
gestão do conhecimento é considerada um processo que envolve várias
atividades. Nas organizações o tema ainda é muito recente, estudos
demonstram que a falta de políticas e ações nessa área tem
provocado enormes prejuízos.
Segundo
pesquisa realizada pela Cranfield
University (1998), na maioria das organizações sabia-se que muito
do conhecimento necessário existia dentro da organização,
mas
sem ser identificado e aproveitado, permanecendo o problema.
Segundo
Hackbarth (1998), a gestão do conhecimento aumenta a capacidade de
inovação e o tempo de respostas das organizações. Já Davenport
e Prusak (1998)
identificam que, em sua maioria, os projetos de gestão do
conhecimento têm pelo menos um dos três objetivos: (1)
tornar o conhecimento visível e mostrar o papel do conhecimento em
uma organização, principalmente através de mapas, páginas
amarelas, hipertexto e ferramentas; (2) desenvolver uma cultura de
conhecimento intensivo, incentivando e agregando comportamentos, tais
como a partilha de conhecimentos, busca pró-ativa e oferecendo
conhecimento; (3) construir uma infraestrutura de conhecimentos, não
só um sistema técnico, mas uma web de conexões entre pessoas
determinado espaço, tempo, ferramentas, e o incentivo para interagir
e colaborar. É neste sentido que se destacam os sistemas de gestão
do conhecimento (KMS).
Os
sistemas de gestão do conhecimento são caracterizados como uma
classe de sistemas de informação aplicados à gestão do
conhecimento. Seu objetivo é apoiar
e melhorar os processos de criação armazenamento/recuperação,
transferência e aplicação do conhecimento organizacional.
Alavi
e Dorothy afirmam que três aplicações de TI estão diretamente
ligadas a gestão do conhecimento organizacional: a codificação e
compartilhamento de melhores práticas, (2) a criação do
conhecimento corporativo em diretórios, e (3) a criação de redes
de conhecimento.
Segundo
Alavi e Dorothy, os sistemas Informação são concebido para apoiar
e ampliar conhecimento organizacional, complementar e melhorar o
conhecimento das actividades de gestão dos indivíduos e da
coletividade.
O
processo de criação, armazenamento/recuperação, transferência e
aplicação do conhecimento, está associado a natureza social e
cognitiva da organização, que por sua vez passa a compor a
estrutura cognitiva e práticas do indivíduo e do grupo. As
tecnologias de informação interagem nesse processo, com seus
recursos (mineração de dados, base de dados, memoria
organizacional, internet, etc.), como mediadora do processo de
transformação da informação em conhecimento. A TI torna mais
eficiente o fluxo de informação/conhecimento entre os indivíduo,
os grupo e a organização.
O
texto de Alavi
e Dorothy se mostra inovador no sentido em que apresenta outras
perspectiva para categorizar a formação do conhecimento, inclusive
afastando-se da visão clássica: dado, informação e conhecimento.
Por outro lado, consegue estabelecer um nexo de causalidade entre a
TI, a gestão do conhecimento e os sistemas de gestão do
conhecimento.