quinta-feira, 13 de junho de 2013

Resenha do texto "Review: Knowledge Management and Knowledge Management Systems: Conceptual Foundations and Research Issues".




Alavi, Maryam e Leidner, Dorothy E.  Review: Knowledge Management and Knowledge Management Systems: Conceptual Foundations and Research Issues. MIS Quarterly, Vol. 25, No. 1. (Mar., 2001), pp. 107-136


Por Sara Benevides de Lucena
Mestranda em gestão das organizações aprendentes - UFPB
sarablucena@gmail.com

A literatura sobre o conhecimento organizacional é bastante ampla e abrange diversas áreas do conhecimento como a psicologia, administração, ciências da informação, comunicação, entre outras. Nesse artigo, as autoras fazem uma análise sobre a gestão do conhecimento organizacional na perspectiva da criação, ancoragem, transferência e utilização do conhecimento, direcionando o olhar para importância do papel das tecnologias da informação nesse processo.
Na primeira parte do artigo, Alavi e Leidner fazem uma revisão bibliográfica dos conceitos estabelecidos sobre conhecimento, à luz da teoria dos autores Fahey e Prusak, Dreske, Machlup e Vance, onde procuram esclarecer a distinção entre conhecimento, informação e dados. Para Vance, os dados são números brutos e fatos, a informação é o dado processado e o conhecimento é a informação validada.  Em seguida, as autoras apresentam a visão contrária de Tuomi (1999), que defende a ideia de que o conhecimento precisa existir antes da informação e antes que possam ser medidos os dados. Portanto, para Tuomi, o conceito de “dado bruto” não existe. Ou seja, os dados são influenciados pelo conhecimento prévio. Dessa forma, o conhecimento quando compartilhado torna-se informação, e esta quando atribuídas a um padrão de interpretação e representação torna-se dado. Por isso, o conhecimento é o resultado do processamento cognitivo ocasionado pela absorção de novos estímulos.
Em seguida, as autoras apresentam uma definição taxinômica do conhecimento a partir dos estudos de Polanyi (1962,1967), Nonaka (1994), que definem duas vertentes de conhecimento organizacional: o tácito e o explícito. Entendemos por conhecimento tácito, aquele que é composto de elementos cognitivos e técnicos. Ou seja, por modelos mentais, crenças, pontos de vista e competências específicas de cada indivíduo. O conhecimento explícito é aquele considerado como passível de codificação. Como por exemplo, os manuais do proprietário que vem junto com os aparelhos eletrônicos. No entanto, Alavi e Leidner explicam que as duas definições, além de possuir igual importância, existem numa relação de interdependência.
O entendimento dos diferentes tipos de conhecimento é importante para que possamos compreender de que forma eles influenciam no desenvolvimento da área de gestão do conhecimento organizacional, e para que se perceba a necessidade de apoio ao diferentes fluxos desses conhecimentos.
Na segunda parte do artigo, intitulada “Processos de gestão do conhecimento organizacional: uma rede para análise do papel dos sistemas da informação”, as autoras enfatizam a importância da tecnologia da informação no suporte da gestão do conhecimento organizacional e explicam como os sistemas de informação se estabelecem como facilitadores para a aprendizagem organizacional. Para tanto, Alavi e Leidner apresentam um esquema que explica as organizações como sistema de conhecimento a partir de quatro processos:
1)      criação;
2)       armazenamento/recuperação;
3)      transferência
4)      Aplicação.
A criação do conhecimento organizacional abarca o processo de desenvolvimento de novos conteúdos ou sua substituição através da socialização, internalização e combinação. A criação do conhecimento necessita de uma contínua interação entre as dimensões do conhecimento tácito e explícito.
O armazenamento/ recuperação do conhecimento diz respeito à memória da organização e é considerado um aspecto importante para uma eficaz gestão do conhecimento. A memória organizacional está relacionada às várias formas de armazenamento do conhecimento. Como por exemplo, a documentação escrita, a base de dados eletrônicos e conhecimento tácito do indivíduo ou do grupo codificados e armazenados em sistemas especializados.
A transferência do conhecimento (tácito e explicito) está diretamente ligada ao processo de aprendizagem organizacional e a criação do novo conhecimento, a partir do momento que os indivíduos aplicam esse conhecimento e observam os resultados obtidos. Alavi e Leidner argumentam que a transferência pode ocorrer em vários níveis: transferência de conhecimento entre os indivíduos; entre os indivíduos e grupos; entre os grupos; ou a partir do grupo para organização.
Através do artigo, compreendemos que o conhecimento organizacional é tanto a incorporação da natureza cognitiva e social do indivíduo, como também, as práticas coletivas no que diz respeito à cultura organizacional. Os processos de conhecimento individuais e coletivos estabelecem uma rede interligada e interdependente de atividades. A área de TI possui fundamental importância nos processos de criação, armazenamento/recuperação e transferência do conhecimento, pois, facilita integração e aplicação do conhecimento, contribuindo para operacionalização e sistematização do trabalho. Destaca-se também a importância da área de TI por proporcionar diversas melhorias nos modos de criação do conhecimento, através do uso dos sistemas de informação, que proporcionam suporte para colaboração nos processos de comunicação, além de ser um facilitador do trabalho em equipe.

2 comentários:

  1. O texto de Sara está bastante elucidativo, pois aborda todos os aspectos e expectativas da gestão do conhecimento nas tecnologias da informação, dando exemplos práticos. Como também atribui a GC às diversas áreas do conhecimento, destacadas no primeiro parágrafo da resenha.
    Percebi também que os demais colegas seguiram esta mesma linha de raciocínio complementando o pensamento do outro.

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  2. Hoje, praticamente todos os conceitos gerenciais só são executados com o auxílio de um sistema de informação. Na gestão do conhecimento isso tem se tornado verdade também, entretanto, é importante enfatizar que o que faz os resultados surgirem num bom desempenho não é apenas o uso de um bom sistema de informação, mas sim um processo bem estabelecido na organização, que funcione juntamente com o software.

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