Alavi, Maryam e Leidner, Dorothy E. Review: Knowledge Management and Knowledge
Management Systems: Conceptual Foundations and Research Issues. MIS Quarterly, Vol. 25, No. 1.
(Mar., 2001), pp. 107-136
Por
Sara Benevides de Lucena
Mestranda em gestão das organizações aprendentes - UFPB
sarablucena@gmail.com
Mestranda em gestão das organizações aprendentes - UFPB
sarablucena@gmail.com
A literatura sobre o conhecimento organizacional é
bastante ampla e abrange diversas áreas do conhecimento como a psicologia,
administração, ciências da informação, comunicação, entre outras. Nesse artigo,
as autoras fazem uma análise sobre a gestão do conhecimento organizacional na
perspectiva da criação, ancoragem, transferência e utilização do conhecimento, direcionando
o olhar para importância do papel das tecnologias da informação nesse processo.
Na primeira parte do artigo, Alavi e Leidner fazem uma revisão bibliográfica dos conceitos
estabelecidos sobre conhecimento, à
luz da teoria dos autores Fahey e Prusak, Dreske,
Machlup e Vance, onde procuram esclarecer a distinção entre conhecimento, informação e dados. Para
Vance, os dados são números brutos e fatos, a informação é o dado processado e
o conhecimento é a informação validada.
Em seguida, as autoras apresentam a visão contrária de Tuomi (1999), que
defende a ideia de que o conhecimento precisa existir antes da informação e
antes que possam ser medidos os dados. Portanto, para Tuomi, o conceito de “dado
bruto” não existe. Ou seja, os dados são influenciados pelo conhecimento prévio.
Dessa forma, o conhecimento quando compartilhado torna-se informação, e esta
quando atribuídas a um padrão de interpretação e representação torna-se dado.
Por isso, o conhecimento é o resultado do processamento cognitivo ocasionado
pela absorção de novos estímulos.
Em seguida, as autoras apresentam uma definição taxinômica do
conhecimento a partir dos estudos de Polanyi (1962,1967), Nonaka (1994), que
definem duas vertentes de conhecimento organizacional: o tácito e o explícito. Entendemos
por conhecimento tácito, aquele que é composto de elementos cognitivos e
técnicos. Ou seja, por modelos mentais, crenças, pontos de vista e competências
específicas de cada indivíduo. O conhecimento explícito é aquele considerado
como passível de codificação. Como por exemplo, os manuais do proprietário que
vem junto com os aparelhos eletrônicos. No entanto, Alavi e Leidner explicam
que as duas definições, além de possuir igual importância, existem numa relação
de interdependência.
O entendimento dos diferentes tipos de conhecimento é importante para que
possamos compreender de que forma eles influenciam no desenvolvimento da área
de gestão do conhecimento organizacional, e para que se perceba a necessidade
de apoio ao diferentes fluxos desses conhecimentos.
Na segunda parte do artigo, intitulada “Processos de gestão do
conhecimento organizacional: uma rede para análise do papel dos sistemas da
informação”, as autoras enfatizam a importância da tecnologia da informação no
suporte da gestão do conhecimento organizacional e explicam como os sistemas de
informação se estabelecem como facilitadores para a aprendizagem organizacional.
Para tanto, Alavi e Leidner apresentam um esquema que explica as organizações
como sistema de conhecimento a partir de quatro processos:
1)
criação;
2)
armazenamento/recuperação;
3)
transferência
4)
Aplicação.
A criação do conhecimento organizacional abarca o processo de
desenvolvimento de novos conteúdos ou sua substituição através da socialização,
internalização e combinação. A criação do conhecimento necessita de uma
contínua interação entre as dimensões do conhecimento tácito e explícito.
O armazenamento/ recuperação do conhecimento diz respeito à memória da
organização e é considerado um aspecto importante para uma eficaz gestão do
conhecimento. A memória organizacional está relacionada às várias formas de
armazenamento do conhecimento. Como por exemplo, a documentação escrita, a base
de dados eletrônicos e conhecimento tácito do indivíduo ou do grupo codificados
e armazenados em sistemas especializados.
A transferência do
conhecimento (tácito e explicito) está diretamente ligada ao processo de
aprendizagem organizacional e a criação do novo conhecimento, a partir do
momento que os indivíduos aplicam
esse conhecimento e observam os resultados obtidos. Alavi e Leidner argumentam
que a transferência pode ocorrer em vários níveis: transferência de
conhecimento entre os indivíduos; entre os indivíduos e grupos; entre os
grupos; ou a partir do grupo para organização.
Através do artigo, compreendemos
que o conhecimento organizacional é tanto a incorporação da natureza cognitiva
e social do indivíduo, como também, as práticas coletivas no que diz respeito à
cultura organizacional. Os processos de conhecimento individuais e coletivos
estabelecem uma rede interligada e interdependente de atividades. A área de TI
possui fundamental importância nos processos de criação,
armazenamento/recuperação e transferência do conhecimento, pois, facilita
integração e aplicação do conhecimento, contribuindo para operacionalização e
sistematização do trabalho. Destaca-se também a importância da área de TI por
proporcionar diversas melhorias nos modos de criação do conhecimento, através
do uso dos sistemas de informação, que proporcionam suporte para colaboração nos
processos de comunicação, além de ser um facilitador do trabalho em equipe.
O texto de Sara está bastante elucidativo, pois aborda todos os aspectos e expectativas da gestão do conhecimento nas tecnologias da informação, dando exemplos práticos. Como também atribui a GC às diversas áreas do conhecimento, destacadas no primeiro parágrafo da resenha.
ResponderExcluirPercebi também que os demais colegas seguiram esta mesma linha de raciocínio complementando o pensamento do outro.
Hoje, praticamente todos os conceitos gerenciais só são executados com o auxílio de um sistema de informação. Na gestão do conhecimento isso tem se tornado verdade também, entretanto, é importante enfatizar que o que faz os resultados surgirem num bom desempenho não é apenas o uso de um bom sistema de informação, mas sim um processo bem estabelecido na organização, que funcione juntamente com o software.
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