quinta-feira, 6 de junho de 2013

Conhecimentos tradicionais como ativos intangíveis

A Unesco, na intenção de preservar o patrimônio cultural imaterial desenvolve ações para garantir o protagonismo das comunidades na gestão de seu conhecimento, em especial, na valorização de suas diversidades. Para tanto, o seu programa Intangible Cultural Heritage  privilegia medidas que promovam e preservem as culturas vivas, os saberes locais e tradicionais, por meio de ações que empregam o patrimônio cultural e ambiente, como vetores, voltadas tanto para a melhoria da qualidade de vida das populações, e que podem, ainda, contribuir para competitividade de seus ofícios e produtos, e da sua sustentabilidade. 

Os procedimentos compreendem ações continuadas de resgate dos conhecimentos tácito e explícito, participação e treinamento das comunidades, que se utilizam de plataformas e ferramentas de gestão do conhecimento, desenvolvidas com auxílio de mídias sociais de relacionamento adequadas ao perfil das comunidades tratadas, divulgação de conhecimentos e integração por meio de sites, blog, Twitter, Skype, ferramentas de Google Earth e Google Maps, integrando membros das comunidades locais e institucionais e científicas. 

É conhecido que o acervo de conhecimentos de comunidades tradicionais é geralmente caracterizado por atributos imbuídos dos mais diversos valores:  funcionais ou utilitários; emocionais (de caráter subjetivo) e motivações ligadas as percepções sensoriais e, ainda, a dimensão “memorial” relativa a lembranças positivas e negativas de experiências passados; ambientais (referentes ao conhecimento agroecológico, ao uso sustentável dos recursos naturais); simbólicos e culturais (relativos à importância dos produtos em sistemas de produção e de consumo, das tradições e dos rituais, significados espirituais e origem histórica e a condição de interpretação do produto em um referencial estético; sociais (relacionados com os aspectos  que permeiam os processos de produção, comercialização e consumo dos produtos , os valores morais dos cidadãos e atuação e a reputação das organizações na sociedade); econômicos (de conotações objetivas,  por se basearem na relação custo/benefício em termos monetários).

A seguir, algumas das obras primas aprovadas pela Unesco:


Espaço Cultural dos Gongos • Vietnã • 2005



O espaço cultural dos gongos nas montanhas centrais do Vietname cobre diversas províncias, e praticamente dezassete grupos étnicos minoritários, pertencentes aos grupos linguísticos austro-asiático e austronésio. Estas populações praticam agricultura de subsistência e desenvolveram as suas próprias tradições, estilos decorativos e tipos de habitação. As suas crenças incluem o culto dos antepassadosxamanismo e animismo. Intimamente ligadas ao dia-a-dia e ao ciclo das estações, estas crenças formam um mundo místico onde os gongos intervêm como a linguagem privilegiada de comunicação entre os homens, as divindades e o sobrenatural. Por trás de cada gongo oculta-se um deus ou deusa, que é tão mais poderoso quanto mais velho seja o gongo. Cada família detém pelo menos um gongo, que indica a riqueza, autoridade e prestígio da família, assegurando a sua proteção. O gongo está presente em todos os rituais da vida comunitária como o principal instrumento cerimonial.  (pt.wikipedia.org)

Música Tradicional do Morin Khuur • Mongólia • 2003






morin khuur é uma rabeca de duas cordas que já faz parte da cultura da Mongólia pelo menos desde o império Mongol do século XIII. O instrumento é parte importante de cerimónias e é tocado segundo diversas técnicas, normalmente a solo, mas por vezes acompanhando canto longo, histórias ou danças. Algumas melodias morin khuur são usadas para domar animais(pt.wikipedia.org)

Expressões Orais e Gráficas dos Wajãpi  Brasil • 2003


Imagem: Apina
"Hoje em dia, muitos jovens não estão interessados em aprender conhecimentos dos nossos antepassados, que estão na cabeça dos mais velhos. Eles têm vergonha de praticar os conhecimentos dos Wajãpi, só valorizando o conhecimento dos não-índios. Se continuar assim, no futuro esses conhecimentos vão se perder. Para não acontecer isso, temos que fazer pesquisas com os mais velhos, registrar e também experimentar e utilizar esses conhecimentos. Quando os pesquisadores começam a praticar os conhecimentos, outros jovens vão aprender.
Os jovens precisam aprender bem os conhecimentos tradicionais para mostrar para as suas aldeias – e também para os não-índios – que nossa cultura tem muito valor. Se os jovens não conhecem bem a nossa cultura, não vão conseguir explicar para os não-índios e fazer eles respeitarem o nosso jeito de viver. Por isso, os trabalhos feitos pelos pesquisadores devem continuar. São esses trabalhos que vão ajudar no planejamento e na gestão ambiental da Terra Wajãpi.
Em 2009, vai ser inaugurado o nosso Centro de Formação e Documentação Wajãpi, construído com apoio da Petrobrás. Nos vamos poder melhorar nossos trabalhos de valorização cultural e fazer muitas atividades novas no Centro." Leia mais

Quem são os 
Wajãpi  
Samba de Roda do Recôncavo Baiano  Brasil • 2005




Samba de roda é uma forma de preservação da cultura dos negros africanos escravizados no Brasil.



"O samba de roda é um tipo de música e dança praticado sobretudo por afro-brasileiros no Estado da Bahia. É particularmente importante na região do Recôncavo, a faixa de terra que fica em torno da baía de Todos os Santos, na entrada da qual situa-se a capital do Estado, São Salvador. Não posso fornecer aqui uma descrição detalhada do samba de roda; bastará sublinhar dois pontos em que ele difere do samba carioca (por generalização, “brasileiro”). O primeiro é a organização da dança, na qual a posição circular não é circunstancial, como nas “rodas de samba” comuns em muitas capitais brasileiras, mas intrínseca à definição do gênero: samba de roda. O segundo é o tipo de canto, que adere

melhor ao modelo “responsorial” de canto coletivo, tantas vezes associado à música tradicional africana e afrodiaspórica. Os praticantes de samba de roda são chamados de “sambadores” e “sambadeiras”, e não “sambistas” como nas demais localidades do país."



Carlos Sandroni, UFPE / UFPB. Coordenador da realização do dossiê de candidatura do samba de roda à III Proclamação das Obras-Primas do Patrimônio Imaterial da Humanidade." @ – carlos.sandroni@gmail.com). Facebook da Samba de roda do Recôncavo da Bahia.

Fontes secundárias obtidas a partir de:

Obras-primas do Património Oral e Imaterial da Humanidade (pt.wikipedia.org)

Quadro comparativo entre duas metodologias de avaliação de GC (OKA e KMMM) nas organizações

"Este artigo tem como principal objetivo traçar um quadro comparativo entre duas metodologias de avaliação da gestão do conhecimento nas organizações (OKA e KMMM). Diversos têm sido os métodos propostos para avaliar o grau de maturidade em que uma organização se encontra no que diz respeito à Gestão do Conhecimento. Basicamente são métodos qualitativos e quantitativos que procuram contemplar uma série de dimensões do conhecimento, tais como cultura, liderança, processos do conhecimento, alinhamento com os objetivos estratégicos da organização etc. Para levar ao conhecimento geral dos leitores, destaco abaixo, alguns métodos mais conhecidos de avaliação de GC no Brasil e no Mundo. [...]" Leia mais.

Postado em Information and Knowledge Management - PPGA.
Alice Barreto
Mestranda em Administração
TI e Marketing - UFPB/PPGA