quinta-feira, 13 de junho de 2013

Resenha do texto Review: Knowledge Management and Knowledge Management Systems: Conceptual Foundations and Research Issues

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Mestrado Profissional: Gestão em Organizações Aprendentes - MPGOA
Disciplina: Gestão do Conhecimento e Modelagem da Informação
Professora: Dra. Maria Gorete de Figueiredo

Resenha do texto Review: Knowledge Management and Knowledge Management Systems: Conceptual Foundations and Research Issues (Análise: Gestão do Conhecimento e Sistemas de Gestão de Conhecimento: fundamentos conceituais e questões de pesquisa), que tem como autores Maryam Alavi e Dorothy E. Leidner, e publicação no MIS Quarterly, V. 25, 2011.

Autor da resenha: Ana Clécia de Medeiros Diniz, aluna da Turma 3 - 2012 do MPGOA

O presente artigo aborda uma discussão acerca da gestão do conhecimento e as tecnologias de informação e comunicação – TIC’s utilizadas como suporte de apoio para a gestão organizacional de seus processos de trabalho.

Neste contexto os autores abordam primeiramente uma perspectiva baseada em conhecimento organizacional, na qual esse conhecimento seria incorporado e realizado por meio dos funcionários das unidades da organização, através de suas rotinas, políticas, documentos e sistemas (Nelson e Winter, 1982).

Sob este ponto de vista alavanca-se o conceito de ativos de conhecimento para gerar vantagem competitiva sustentável, para sistematizar esta visão o autor faz uso das ferramentas de TIC’s: internet, intranets, redes, navegadores, depósito de dados, mineração de dados, softwares aperfeiçoando a gestão do conhecimento intra e inter organizacional.

Os autores fazem uso do referencial teórico para adentrar na área de gestão do conhecimento. Iniciam esta tarefa diferenciando a tradicional visão do conceito hierárquico de dados, informações e conhecimento.

Para Fahey e Prusak (1998) o conhecimento é a informação existente na mente das pessoas (informação personalizada), que pode ou não pode ser nova, única, útil ou precisa relacionada a fatos, procedimentos, conceitos, interpretações, ideias, observações e juízos.

Desta forma, o conhecimento é o resultado do processamento cognitivo provocado pelo influxo de novos estímulos, sendo a informação convertida em conhecimento uma vez que ela é processada na mente dos indivíduos e o conhecimento passa informações, uma vez que é articulado e apresentado na forma de texto, gráficos, palavras e/ou outras formas simbólicas.

Numa visão alternativa do conhecimento, este pode ser visto como: estado de espírito, objeto, processo, condição de ter acesso ã informação ou uma capacidade. Sendo abordado também como “um estado ou fato de saber”, ou seja, “compreensão adquirida através de experiência ou estudo; a soma ou o intervalo de o que foi percebido, descoberto ou aprendido” (Schubert et al, 1998).

A primeira abordagem se refere ao estado de espírito que se concentra em criar condições para que s indivíduos possam expandir seus conhecimentos pessoais e aplique-os às necessidades da organização.

A segunda abordagem se refere ao objeto que postula que o conhecimento pode ser visto como uma coisa a ser armazenado e manipulado.

A terceira abordagem se refere ao conhecimento como um processo de conhecer e agir simultaneamente.

A quarta abordagem se refere à condição de acesso à informação que ver o conhecimento organizacional como sendo organizado de modo a facilitar o acesso e recuperação dos conteúdos.

E por último o conhecimento pode ser visto como uma capacidade de possuir um potencial para influenciar ações futuras, no sentido de interpretar as informações no intuito de verificar quais são as informações necessárias para a tomada de decisão.

Quanto às taxonomias o conhecimento pode ser tácito ou explícito conforme Polany (1962) e Nonaka (1994). A dimensão tácita é composta por elementos cognitivos e técnicos e a dimensão explícita se refere ao conhecimento articulado, codificado e comunicado de forma simbólica e/ou linguagem natural.

Os autores prosseguem as suas argumentações e a partir do quadro de análise do papel dos sistemas de informação no conhecimento organizacional, reconhecendo, portanto que tais TIC’s podem ser utilizadas para a difusão da aprendizagem e gestão do conhecimento na organização, conforme os 4 processos abaixo:

1 – Criação do conhecimento;
2 – Armazenamento/recuperação do conhecimento;
3 – Transferência de conhecimento;
4 – Aplicação do conhecimento

A criação do conhecimento pode ser subdividida em 4 modos: socialização, externalização, internalização e combinação. Se refere portanto a constante troca de informações entre conhecimento tácito e explícito, com o objetivo de criar novos conhecimentos.

O armazenamento/recuperação do conhecimento se refere à memória orgaizacional, como por exemplo, a gestão documental, sistemas de informações com base de dados recuperáveis, e o mapeamento de processos.

A transferência de conhecimento se relaciona diretamente com os indivíduos, no processo de aprendizagem. Onde as pessoas podem observar, verificar e aplicar os resultados de suas práticas e conhecimentos obtidos por meio de redes formais ou informais.

A aplicação do conhecimento se refere a integração de todas as fases anteriores, no intuito de facilitar a captura de novos conhecimentos, a atualização e a acessibilidade das diretrizes organizacionais em um contexto complexo e dinâmico.

Assim como os processos acima facilitam a modelagem da gestão do conhecimento na organização, a aplicação da TI se expressam nas seguintes ferramentas:

1 – Codificação e compartilhamento de melhoria mútua;
2 – Criação de conhecimento corporativo em diretórios;
3 – Criação de redes de conhecimento.


Por fim, os autores finalizam o artigo com diversas contribuições para a construção da gestão do conhecimentos nas organizações, enfatizando  o uso e a aplicação de sistemas de gestão do conhecimento ou (TIC’s) para o suporte, compartilhamento e criação de novos conhecimentos organizacionais.

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Mestrado Profissional: Gestão em Organizações Aprendentes - MPGOA

Disciplina: Gestão da Informação e Modelagem da Informação

Professora: Dra. Maria Gorete de Figueiredo

 

Resenha do texto Review: Knowledge Management and Knowledge Management Systems: Conceptual Foundations and Research Issues (Análise: Gestão do Conhecimento e Sistemas de Gestão de Conhecimento: fundamentos conceituais e questões de pesquisa), que tem como autores Maryam Alavi e Dorothy E. Leidner, e publicação no MIS Quarterly, V. 25, 2011.

 

Por Jaciara Gomes Raposo
Mestranda em Gestão em Organizações  Aprendentes – UFPB


Nos últimos anos, o conhecimento vem sendo tratado como um importante recurso organizacional. Nesta perspectiva, toda a produção da empresa, produtos e serviços prestados, dependem da combinação dos recursos tangíveis, com o conhecimento existente na organização.
Conforme os autores, esse conhecimento é incorporado e realizado através de várias entidades e organizações, cultura e identidade, funcionários, rotinas, políticas, sistemas e documentos. O conhecimento pode produzir a longo prazo vantagem competitiva sustentável.
Os autores fazem uma revisão da literatura e revelam uma complexidade e caráter multidimensional do conhecimento organizacional e de gestão do conhecimento.
Apresentam diferentes perspectivas ao abordar a questão do conhecimento a luz de Fahey e Prusak, Dreske, Machlup e Vance. Distinguem conhecimento, informação e dados. Dados são números brutos e com base nos fatos, a informação é processada, e o conhecimento é informação autenticada. Apresentam a ideia de Tuomi que defende que o conhecimento precisa existir antes da informação e antes que possam ser medidos os dados, ou seja, é a informação assimilada pelo individuo, relacionada a fatos, procedimentos, conceitos, interpretações, ideias, observações e juízos e significado.
De acordo com o artigo, o conhecimento pode ser visto de varias perspectivas. Pode ser visto como um objeto, equiparado com acesso à informação, como um processo uma capacidade. Cada perspectiva sugere uma estratégia de gestão do conhecimento diferente.     
Duas dimensões do conhecimento nas organizações são discutidas: tácito e explícito a partir de Polanyi (1962,1967), Nonaka (1994), onde dimensão tácita do conhecimento é composto de elementos cognitivos e técnicos refere-se a elemento cognitivo de um indivíduo.  A dimensão explícita do conhecimento é articulada, codificada, e comunicada de forma simbólica e/ou linguagem natural.
Em alguns momentos, supõe-se que o conhecimento tácito é mais valioso que o explícito. O que, segundo os autores, equivale a igualar a incapacidade de articular o conhecimento com o seu valor. No entanto ressalta que ambos os conhecimentos são importantes e mutuamente dependentes.
A gestão do conhecimento deve apoiar diferentes tipos de conhecimentos e os fluxos entre os diferentes tipos.  Refere-se à identificação e aproveitamento do conhecimento coletivo da organização com o intuito de aumentar a capacidade de inovação organizacional.
Segundo os autores as organizações possuem o conhecimento necessário para alavancar vantagem competitiva, mas não identificam nem avaliam o conhecimento existente de forma correta, sendo necessário desenvolver um processo de gestão do conhecimento. Desenvolver um conhecimento cultural, incentivando e agregando comportamentos, tais como a partilha de conhecimentos; a construção de uma infra-estrutura de conhecimentos,  não só um sistema técnico, mas  conexões entre pessoas em determinado espaço, tempo, ferramentas, e o incentivo para interagir e colaborar.
A Gestão do Conhecimento envolve várias atividades. e  considera  quatro processos básicos: Criação ( desenvolvimento  de novos conteúdos), armazenamento/recuperação( serve como memória organizacional), transferência (ocorre  entre indivíduos, entre indivíduos e grupos, entre grupos e do grupo para a organização) e aplicação do conhecimento (através dela a empresa adquiri uma fonte de vantagem competitiva).
No entanto, estes  processos obrigatoriamente não aumentam desempenho de uma organização. È preciso que o conhecimento existente seja postulado e que a empresa tenha a capacidade de aplica-lo efetivamente e incorpora-lo as rotinas organizacionais, buscando a criação de novos conhecimentos.
Neste contexto as tecnologias da informação podem desempenhar um papel importante na sistematização  da gestão do conhecimento,  intra- e inter-empresa .
O artigo enfatiza que tecnologias da informação vem facilitar os fluxos na organização, para que o montante máximo de transferência de conhecimento ocorra, assumindo que os indivíduos criam o conhecimento e podem melhorar o desempenho.
As tecnologias da informação podem ser aplicadas nas iniciativas de gestão do conhecimento organizacional como (1) a codificação e compartilhamento de melhores práticas, (2) a criação do conhecimento corporativo, diretórios, e (3) a criação de redes de conhecimento. Podem criar uma infra-estrutura e um ambiente que contribui para a gestão do conhecimento organizacional, atualizando, dando suporte, ampliando, e reforçando os conhecimentos, processos distribuição, e sinergia dos envolvidos.
 Em muitas organizações, uma mudança cultural pode ser necessária para que uma  gestão do conhecimento aconteça, como: alterar as atitudes e o comportamento dos funcionários, para que eles voluntariamente compartilhem conhecimentos e ideias.  
 A criação uma comunidade de prática, também é considerada um importante catalisador da criação de conhecimento uma vez que os indivíduos partilham uma língua comum e seria mais fácil discutir ideias abertamente. Além disso, essas comunidades desenvolver uma compreensão partilhada ou um  "coletivo base de conhecimento".
Percebe-se que a gestão do conhecimento é um fenômeno organizacional dinâmico e contínuo e depende de características de cada organização, grupos e indivíduos  envolvidos nas praticas coletivas e na forma como o conhecimento ou informação  é tratado, transferido, absorvido, recuperado, aplicado em suas rotinas organizacionais.


UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Mestrado Profissional: Gestão em Organizações Aprendentes - MPGOA
Disciplina: Gestão da Informação e Modelagem da Informação
Professora: Dra. Maria Gorete de Figueiredo

Resenha do texto Review: Knowledge Management and Knowledge Management Systems: Conceptual Foundations and Research Issues. MIS Quarterly, V. 25, nº 1 (mar., 2001), pp. 107 – 136.

Por: Hertha Cristina Carneiro Pessoa
Turma 3 - 2012 do MPGOA

Nas últimas décadas, o estudo sobre gestão do conhecimento tem despertado crescente interesse das organizações. Isso vem acontecendo porque estamos vivendo num mundo globalizado e em constante mutação, gerando disputas acirradas de recursos, mercados e receitas. Para ser competitiva nesse novo contexto, as organizações precisam saber gerenciar o conhecimento organizacional, usando-o como uma excelente ferramenta estratégica de competitividade, utilizando como apoio as tecnologias da informação e comunicação (TIC).

Na literatura, encontramos autores que em seus trabalhos nos apresenta uma clara e objetiva abordagem sobre essa questão, tratando sobre conhecimento, sobre os sistemas de gestão de conhecimento e sobre a contribuição das tecnologias da informação e comunicação (TIC) para otimização dos processos. Um desses trabalhos é o de Maryam Alavi e Dorothy E. Leidner (2001), cujo título é Review: Knowledge Management and Knowledge Management System: Comceptual Foundation and Research Issues (Maryam Alavi e Dorothy E. Leidner (2001)) - (Análise: Gestão do Conhecimento e Sistemas de Gestão de Conhecimento: fundamentos conceituais e questões de pesquisa). No referido texto, Alavi e Dorothy mostram os resultados de uma vasta revisão da literatura sobre gestão do conhecimento e o trabalho desenvolvido nas organizações sobre esse tema. 

O resultado desse trabalho nos é apresentado na primeira parte, onde encontramos uma discussão sobre dados, informação e conhecimento. Como não existe consenso entre os diversos autores sobre a relação hierárquica entre esses três elementos, Alavi e Dorothy concordam num ponto sobre essa questão: a categorização desses elementos deve ser pautada pelo nível de abstração. Assim, dado seria o elemento mais primitivo na cadeia de abstração, pois “não chega a transmitir algum significado específico, já a informação “é todo conjunto de dados organizados de forma a terem sentido e valor para seu destinatário. Este, interpreta o significado, tira conclusões e faz deduções a partir deles.” (Turban, McLean e Wetherbe, 2004, pg. 63). Enquanto que conhecimento, tanto pode ser concebido como um “estado de espírito”, um objeto, um processo, uma condição de acesso à informação, ou uma excelência do exercício prático. 

Dentre os variados conceitos de conhecimento, Alavi e Leidner corroboram com a afirmação de Watson (1999) quando este diz que conhecimento pode ser entendido como a capacidade de acesso, interpretação e utilização de informação para auxiliar na tomada de decisão. Também concordam com a classificação de Polanyi e Nonaka quando estes dividem o conhecimento em tácito e explícito.
Segundo CHOO (2006) o conhecimento tácito é o conhecimento pessoal, que é difícil de formalizar ou comunicar a outros. É constituído de Know how subjetivo, dos insgths e instituições que uma pessoa tem depois de estar imersa numa atividade por um longo período de tempo. Já o conhecimento explícito é um conhecimento formal, que é fácil transmitir entre indivíduos e grupos. É frequentemente codificado em fórmulas matemáticas, regras, especificações, e assim por diante.
Para Alavi e Leidner as TIC podem funcionar como ferramentas facilitadoras do processo de transformação do conhecimento tácito em conhecimento explícito, dotando, dessa forma, as organizações de melhor capacidade para interpretar informações necessárias para a tomada de decisões. 

É nesse processo de gerenciar conhecimento, fazendo uso das TIC que as organizações se preparam para o mercado competitivo. Para Davenport e Prusak (1998) a gestão do conhecimento deve ter três objetivos: tornar o conhecimento visível; desenvolver uma cultura de compartilhamento do conhecimento e; criar um relacionamento interpessoal interativo e colaborativo. O tratamento das informações a partir dessas atividades transformadas por Davenport e Prusak em objetivos, faz surgir o Sistema de Gestão do Conhecimento (KMS), elevando, assim, a competência das organizações.
E para continuar competitivas, as organizações devem ser vistas como um sistema de conhecimento composto por quatro processos associados à natureza social e cognitiva da organização, propostos por Nonaka e Takeuchi: Socialização, Externalização, Combinação e Internalização. A socialização é transferência de conhecimento tácito para tácito por meio do compartilhamento de experiências, da observação, ou de habilidades que resultam na criação do conhecimento tácito. A Externalização é o processo de conversão de conhecimento tácito em explícito através do uso de palavras e/ou imagens, diálogos, reflexão coletiva, metáforas, analogias e hipóteses, além da dedução, indução e abdução. É considerada pelos autores como a fase mais importante, pois cria conceitos novos e explícitos para as organizações. Combinação é a ligação e sistematização de conhecimentos explícitos e está fundamentada na codificação em documentos. Internalização é a conversão de conhecimento explícito em conhecimento tácito sob a forma de modelos mentais, compartilhados com outros integrantes da rede, iniciando assim uma nova espiral do conhecimento.

Para Alavi e Leidner (2001), a TI tem um importante papel no processo de gerenciamento do conhecimento, pois os recursos disponíveis podem ocasionar “uma maior amplitude e profundidade de criação de conhecimento, armazenamento, recuperação, transferência e aplicação nas organizações”. Isso propiciará melhorias e ganhos nos processos organizacionais. 

Por fim, a abordagem de Alavi e Leidner, cujo foco é a gestão do conhecimento e os sistemas de gestão de conhecimento, aliados à Tecnologia da Informação e Comunicação, traz importante contribuição para o mundo organizacional, visto que apresenta um criterioso trabalho acerca da importância do desenvolvimento de uma cultura organizacional, cujo foco se direcione para os processos criadores de conhecimento.

ALAVI, Maryam, LEIDNER, Dorothy E. Review: Knowledge Management and Knowledge Management Systems: Conceptual Fundations and Research Issues. MIS Quarterly, v. 25, n. 1, p. 107-136, 2001

 
As autoras apresentam o conceito de conhecimento em diversas literaturas. Afirmam que há um crescente interesse em tratar do conhecimento como recurso organizacional, ou seja, como gestão do conhecimento. Destacam o papel primordial da tecnologia da informação, que pode ser utilizada para sistematizar, aperfeiçoar e dinamizar o conhecimento (p. 108).

O artigo está estruturado da seguinte forma: na primeira parte, faz uma revisão de literatura; logo a seguir, enaltece o papel das tecnologias da informação e discute os temas de investigação que surgiram a partir da revisão de literatura, apresentando ao final algumas conclusões a respeito do trabalho realizado.  

Inicialmente é abordado o conceito de conhecimento, que, segundo as autoras, vem sendo construído historicamente, e de como ele é entendido na gestão organizacional, sendo apresentadas as suas definições. Embasam seu seus estudos sobre o conhecimento autores com Prusak e Fahey.

Adiante é realizada a distinção entre conhecimento, dado e informação à luz da teoria de diversos autores. Parte-se do pressuposto de que se o conhecimento não se diferencia de dado e informação então não há inovação na gestão do conhecimento. Tem-se que conhecimento é a informação personalizada (p. 109) que é relacionada a fatos, procedimentos, conceitos, interpretações, ideias, observações e juízos. O conhecimento quando estruturado leva à informação e esta, aos dados. Para Tuomi (1999) a informação converte-se em conhecimento ao ser processada na mente dos indivíduos e é apresentada por meio de símbolos. O conhecimento não existe fora de um agente (p. 109). Isso implica que para ter o mesmo entendimento de dados e informação, deve-se ter em comum a base do conhecimento (p.109).

No próximo item são descritas as perspectivas alternativas sobre o conhecimento, nas quais ele aparece como “estado de espírito”, quando se concentra em criar condições para que os indivíduos possam expandir seus conhecimentos pessoais e aplicá-los às necessidades da organização; “objeto”, quando coisa a ser armazenada e manipulada; “processo”, quando conhecimento e ação são simultâneos, ou seja, centra-se na sua aplicação; “condição de aceso a informação”, ao creditar que o conhecimento organizacional deve ser organizado de forma a facilitar o acesso e recuperação do seu conteúdo e, finalmente, como “capacidade”, que seria a de interpretar as informações e influenciar ações futuras (p.109). O artigo ressalta que os diferentes pontos de vista sobre o conhecimento acarretam diferentes percepções da gestão do conhecimento, o que leva também à utilização de estratégias diferenciadas. Entender esses diferentes pontos de vista é primordial para verificar as necessidades de uma organização.

O conhecimento traz três pontos emergentes da discussão anterior, ou seja, de que há uma ênfase em diferenciar dado, informação e conhecimento; de que o conhecimento é personalizado e tem que ser expresso para ser utilizado por outros e que o acúmulo de informações sem a devida reflexão torna-se pouco útil. O aprendizado desse conhecimento surge pela capacidade de refletir sobre ele.

Na taxionomia do conhecimento expressam-se as suas dimensões explícita e tácita. A primeira dimensão refere-se ao conhecimento codificado, que é comunicado por meio de símbolos. A segunda é composta de elementos cognitivos e técnicos. Os elementos cognitivos são os mapas mentais, crenças, paradigmas etc. e os elementos técnicos referem-se às competências que se aplicam a um contexto específico (p.110). O artigo aborda também o conhecimento individual e coletivo, que são mutuamente dependentes. Seria a articulação entre o conhecimento tácito e explícito. Entende-se que a tecnologia surge para permitir essa interação.

Na segunda parte, constata-se que, embora os conhecimentos explícito e tácito sejam amplamente divulgados, existem outros, a exemplo do conhecimento declarativo, processual, condicional e relacional. Trata-se, no entanto, de classificar o conhecimento útil na organização, qual seja: o conhecimento sobre os clientes, concorrentes, produtos, processos, melhores práticas etc.

A gestão do conhecimento pretende aproveitar o conhecimento coletivo na organização (p.113). Essa é uma questão de sobrevivência da própria empresa, pois assim ela se torna competitiva e permite a inovação. Para tanto, porém, deve haver investimentos em gerenciamento de projetos, em tornar o conhecimento disponível, partilhar conhecimento, busca proativa do conhecimento, criar ferramenta de conexão entre as pessoas. Nesse ponto, incluem-se os sistemas de tecnologia da informação que vem apoiar e melhorar o processo de criação do conhecimento organizacional (pag.103). São valorizadas também as redes de conhecimento e a construção de comunidades de prática e de conhecimento compartilhado. São os espaços de criação que vão dando novo visual ao desenho organizacional.

 A sociologia do conhecimento traz a sua contribuição, pois vê a organização como um sistema de conhecimento, que mantém uma rede de interligações e interdependência. É um organismo dinâmico e seus processos de conhecimento, criação, armazenamento, transferência e aplicação estão interligados.

A criação do conhecimento envolve trocas, substituições de conteúdos já apreendidos, ou seja, requer uma mudança de mentalidade, uma mudança na cultura organizacional. Solicita uma constante interação entre o conhecimento tácito e explícito (p. 116), bem como a criação de um lugar comum para gerar conhecimento, no qual as pessoas tendem a compartilhá-lo.

O armazenamento do conhecimento tem relação com a memória organizacional que é classificada com semântica ou episódica (p.118), envolve a cultura organizacional e pode influir tanto positiva como negativamente no comportamento.

A transferência do conhecimento ocorre em vários níveis, que podem ser formais, informais, pessoais e impessoais; entre indivíduos, entre indivíduos e grupos, entre os grupos ou a partir deles para a organização. A transferência do conhecimento está relacionada à aprendizagem organizacional.

Quanto à aplicação do conhecimento, a tecnologia deve facilitar a sua aplicação em rotinas organizacionais. A tecnologia facilita e integra a aplicação do conhecimento, além de aperfeiçoar e sistematizá-lo.

Desse estudo, além das observações já realizadas ao longo do texto, compreende-se que a gestão do conhecimento é um processo dinâmico, que integra indivíduos e grupos e proporciona um melhor desempenho da organização, juntamente com os sistemas de gestão do conhecimento.

 
Nadja Lélis é aluna do Mestrado Profissional em Gestão em Organizações Aprendentes da Universidade Federal da Paraíba - UFPB

Resenha do texto: Review: Knowledge Management and Knowledge Management Systems: Conceptual Fundations and Research Issues, de ALAVI, Maryam, LEIDNER, Dorothy E.

ALAVI, Maryam; LEIDNER, Dorothy E. Review: Knowledge Management and Knowledge Management Systems: Conceptual Fundations and Research Issues. MIS Quarterly, v. 25, n. 1, p. 107-136, 2001.

Resenhado por Elaine Cristina de Brito Moreira, mestranda em Gestão em Organizações Aprendentes – MPGOA/UFPB, elainemoreir@gmail.com.


Atualmente as organizações aprendentes estão inseridas em um universo de informações que vem se inovando de forma acelerada e contínua, exigindo dos indivíduos competências e habilidades de forma cada vez mais aperfeiçoada, transformando informação em conhecimento através dos talentos e experiências identificadas pelas empresas.
No artigo de Alavi e Leidner (2001), o conhecimento é discutido epistemologicamente como um importante recurso nas organizações, considerando a interligação do conhecimento organizacional e a gestão do conhecimento (KM). Os sistemas de informação são considerados como importante fator na geração dos sistemas de gestão do conhecimento (KMS), os quais têm por objetivo o apoio à criação, transferência e aplicação nas organizações.
Existem muitas literaturas que tratam deste assunto em diversos campos relacionados à investigação e desenvolvimento. No artigo, os autores fazem uma análise e interpretação da gestão do conhecimento identificando as áreas importantes e destacando o papel da tecnologia da informação (TI) no processo de gestão do conhecimento.
A perspectiva baseada no conhecimento através dos serviços prestados pelos recursos tangíveis que dependem de como elas são combinadas e aplicadas, como função da empresa know-how, é incorporado e realizado através de várias entidades e organização, identificando a cultura, a identidade, as rotinas, as políticas, os sistemas e documentos, bem como os funcionários da organização (Nelson e Winter, 1982). São recursos baseados no conhecimento, difíceis de imitar e socialmente complexos, produzindo vantagem competitiva sustentável a longo prazo. Essa vantagem competitiva capacita às empresas na tomada de decisão através da aplicação do conhecimento já existente. A partir desta esfera, as tecnologias da informação desempenham um papel de fundamental importante para o conhecimento adquirido na organização tendo como base a missão e visão da empresa. As Tecnologias de Informação avançadas, como a internet, intranet, redes, navegadores, depósitos de dados, mineração de dados, as técnicas e os agentes de software, podem ser utilizados para sistematizar, aperfeiçoar e agilizar grande escala dentro e fora da empresa na gestão de conhecimento. A codificação, armazenamento e transmissão de conhecimento nas organizações são desenvolvidos e formados pelos funcionários através de programas, políticas organizacionais, rotinas, procedimentos, relatórios e manuais que servirão para favorecer as práticas gerenciais (Alavi e Leidner, 1999). A comparação de desempenhos está focada no conhecimento das auditorias, nas melhores práticas e transferência, desenvolvimento dos funcionários na realização de atividades importantes através do conhecimento organizacional e em ativos incorpóreos em geral (Grant, 1996).
A definição do conhecimento despertado nos debates epistemológicos é construída a partir da discussão da Tecnologia da Informação (TI), gestão estratégica, gestão organizacional e teoria da literatura que permeará os conhecimentos organizacionais e processos de gerenciamento KMS. Tuomi (1999) diz que o conhecimento existe antes das informações serem formulados e antes que os dados possam ser medidos na forma de informação. A informação é convertida em conhecimento e processada na mente dos indivíduos transferindo informações, uma vez que são articulada e apresentada na forma de texto, gráficos, palavras, ou outras formas simbólicas. Para as pessoas chegarem a um mesmo entendimento dos dados ou informações, elas devem compartilhar certa base de conhecimento. Outra implicação importante da presente definição do conhecimento são os sistemas destinados a apoiar as habilidades dos usuários nas organizações e atribuir significado à informação para capturar seus conhecimentos em sistemas de informação e/ou dados. O conhecimento pode ser visto de várias perspectivas, como um estado de espírito, um objeto, um processo, uma condição de ter acesso à informação, ou uma capacidade (Schubert et al. 1998). O conhecimento organizacional deve ser organizado de modo a facilitar o acesso e recuperação de conteúdo, como um recurso com potencial para influenciar ações futuras (Carlsson et al. 1996). Watson (1999) diz que é a capacidade de utilizar a informação, no caso da aprendizagem e experiências que resultam em interpretação para a tomada de decisão.
Para a gestão do conhecimento é necessário a compreensão da diferença entre dados, informação e conhecimento, expressa de forma a ser interpretável pelos receptores. O acumulo de informações tem pouco valor, mas quando processados ativamente na mente de um indivíduo através de um processo de reflexão, ou de aprendizagem ela é útil para o grupo.
Segundo Polanyi (1962, 1967) e Nonaka (1994), as dimensões do conhecimento nas organizações do tácito e explícito acontecem através da ação, experiência e envolvimento em um contexto específico. O elemento cognitivo refere-se a um indivíduo composto por modelos mentais como mapas, crenças, paradigmas, e pontos de vista.
O conhecimento pode ser visto como existente no indivíduo ou coletivo (Nonaka, 1994). Alguns autores, com a exceção de Bohn (1994), dizem que conhecimento explícito é mais valioso do que conhecimento tácito, considerando que seja aplicado através dos sistemas, favorecendo a gestão do conhecimento nos processos, sendo explicitado, armazenado e disseminado através da tecnologia. O conhecimento tácito e explícito depende mutuamente, cada um com suas qualidades. A articulação entre conhecimento tácito e explícito estabelece um nível de conhecimento compartilhado entre os indivíduos, podendo realmente existir troca de conhecimentos, quando o tácito é necessário para a compreensão do explícito. No entanto, é justamente na aplicação da tecnologia que este compartilhamento é possível de ser realizado. Quanto maior o conhecimento compartilhado, maior o valor da TI aplicada à gestão do conhecimento.
A Gestão do Conhecimento refere-se à identificação e aproveitando do conhecimento coletivo da organização para contribuir na competitividade, aumentando a inovação e capacidade de resposta. A Gestão do Conhecimento é em grande parte considerada como um processo que envolve várias atividades, como armazenamento/recuperação, transferência e aplicação do conhecimento.
Os Sistemas de Gestão do Conhecimento são aplicados à gestão do conhecimento organizacional. São sistemas baseados em TI desenvolvidos para apoiar e melhorar os processos de criação de conhecimento organizacional no armazenamento/recuperação, transferência e aplicação. Muitas iniciativas de KM dependem da TI como um importante facilitador no compartilhamento das melhores práticas e criação de redes de conhecimento. Uma das aplicações mais comuns é o benchmarking interno que tem o objetivo de transferir melhores práticas internas para a organização. (KPMG 1998; O'Dell e Grayson, 1998). Outra aplicação comum da gestão do conhecimento é o mapeamento de especialização interna. (Ruggles, 1998). E uma terceira aplicação comum de sistemas de gestão do conhecimento é a criação de redes de conhecimento (Ruggles, 1998).
O armazenamento, a organização e a recuperação de conhecimento organizacional são também considerados memória organizacional (Stein e Zwass, 1995; Walsh e Ungson, 1991), e constituem um aspecto importante da gestão do conhecimento organizacional de forma eficaz. A Gestão de Documentos através da tecnologia permite o conhecimento de uma organização no passado, muitas vezes dispersos entre uma variedade de comodidades para retenção, seja efetivamente armazenados e acessíveis (Stein e Zwass 1995).
Um mecanismo importante e inovador de tecnologia na transferência do conhecimento é o uso inteligente de software que desenvolve perfis de acordo com os interesses organizacionais para troca entre os membros da organização. Essa transferência possibilita os indivíduos ao conhecimento das atividades de seus companheiros, expandindo a rede para toda a empresa, expondo os grupos a novas idéias, facilitando o contato, o acesso e o compartilhamento de informações, através das redes de computadores. Um aspecto importante da teoria do conhecimento é que a fonte de vantagem competitiva reside na aplicação do conhecimento, em vez de no próprio conhecimento.
Muitas organizações estão facilitando o acesso a seus manuais, políticas e normas tornando-os disponíveis em intranets corporativas. Isso aumenta a velocidade nas mudanças que podem ser aplicadas. Além disso, unidades organizacionais podem seguir uma curva de aprendizagem mais rápida, acessando o conhecimento de outras unidades tendo passado por experiências semelhantes. Com o aumento do fluxo dos indivíduos internos nas redes sociais e com o aumento da quantidade de memória organizacional, as tecnologias de informação permitem que o conhecimento organizacional seja aplicado através do tempo e do espaço. Ele também pode aumentar a velocidade do conhecimento na integração e aplicação, codificando e automatizando rotinas organizacionais. O fluxo de sistemas de automação são exemplos de aplicações de TI que reduzem a necessidade de comunicação e de coordenação e permite uma utilização mais eficiente das rotinas organizacionais mediante oportunidades e roteamento automático de documentos relacionados, informações, regras e atividades.
O indivíduo está ligado ao grupo através dos processos da transferência de informação e pode compartilhar o conhecimento com o grupo durante uma tomada de decisão ou através de um mecanismo centralizado de armazenamento de informações como arquivos de computador ou reuniões regulares. Também os quatro processos de conhecimento tais como a criação, armazenamento/recuperação, transferência e aplicação são essenciais para a eficácia organizacional na gestão do conhecimento. Esses quatro processos potencializam o papel da TI que facilita cada processo. A aplicação do conhecimento pode levar a um novo conhecimento, que pode ou não ser codificados ou transferidos. O conhecimento que tem sido aplicada pode ser codificado após a aplicação, como aqueles incorporados na rotina organizacional. Existe uma variedade de ferramentas de TI que podem ser utilizados para apoio de diferentes processos de GC nas organizações.
Empresas de KMS geralmente requerem uma profunda renovação cultural porque, tradicionalmente, as organizações têm recompensado os seus profissionais e os funcionários com base em seu desempenho individual e de know-how. Em muitas organizações, uma grande mudança cultural pode ser necessária para alterar as atitudes e o comportamento dos funcionários, para que eles voluntariamente compartilharem conhecimentos e idéias. Se for o caso, deve ocorrer mudança cultural perante as iniciativas de gestão do conhecimento. Os incentivos são necessários para enfrentar as principais barreiras para o armazenamento do conhecimento obtendo o sucesso da empresa, tais barreiras incluem falta de tempo dos funcionários em contribuir com os seus conhecimentos (Cranfield University, 1998; KPMG 1998b) e de uma cultura corporativa que, historicamente não seja necessário recompensar para contribuir e compartilhar idéias (Brown e Duguid, 1998; Cranfield University, 1998; KPMG, 1998b). Muitas organizações são relativamente pobres e muitos funcionários não têm tempo para disponibilizar conhecimento, compartilhando com os outros, ensinando e orientando a usar sua experiência para inovar, ou encontrar formas de trabalhar de forma mais inteligente (Glazer, 1998) porque, em vez disso, eles estão focados nas tarefas e mudanças de cargas de trabalho existentes para atingir os prazos. Além disso, em muitas organizações, os membros sentem que o seu futuro na empresa depende do conhecimento que geram e não da medida em que ajudam os outros. Em tais situações, os indivíduos tentam construir e defender as suas próprias tendências hegemônicas de conhecimento (von Krogh, 1998). As pessoas podem aprender com os outros de forma inconscientes e não perceber quais aspectos da sua aprendizagem seria relevante para o grupo. Sem uma rotina sistemática de registro de conhecimento, uma empresa pode não beneficiar seus melhores conhecimentos. É necessário investigar para identificar quais os tipos de incentivos eficazes adotados na organização são atribuídos aos membros com conhecimentos valiosos para contribuir e compartilhar suas experiências.
O aumento na amplitude, profundidade, qualidade e atualidade do conhecimento organizacional resultam em um melhor processo de tomada de decisões, reduzindo ciclos de produtos, maior produtividade e melhor serviço ao cliente. Como a maioria dos sistemas de informação, o sucesso de KMS parcialmente depende do grau de utilização, a qual também pode ser vinculada à qualidade do sistema, qualidade da informação, e a utilidade (Delone e McLean, 1992). A qualidade do sistema é influenciada por atributos, tais como a facilidade de utilização, características de interface homem-computador, flexibilidade e eficácia dos mecanismos de busca.
Nesta perspectiva, a tecnologia de informação deve estar interligada com as estratégias de gerenciamento do conhecimento organizacional e de processos. Tendo como base a observação de que, nessas empresas, os processos de KM são implantados além do tempo e da distância geográfica, dependendo de tecnologias da informação e da comunicação entre o grupo. Portanto, percebemos que o papel da TI na gestão do conhecimento organizacional tem grande importância nas organizações, transformando idéias, discussão, questões de investigação estabelecidas neste papel e estimulação de interesse em trabalhos futuros na área da gestão do conhecimento e constante desenvolvimento de talentos para obtenção de vantagem competitiva.


UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Mestrado Profissional em Gestão de Organizações Aprendentes
Disciplina: Gestão da Informação e Modelagem da Informação
Professora: Dra. Maria Gorete de Figueiredo

Resenha do texto Review: Knowledge Management and Knowledge Management Systems: Conceptual Foundations and Research Issues, de Maryam Alavi e Dorothy E. Leidner.


A gestão do conhecimento é uma área relativamente nova e em plana expansão, tendo entrado nas discussões em ambientes dos mais diversos tipos, é hoje um fator de peso na definição estratégica determinando a evolução e o futuro de toda organização. O conhecimento é um campo bastante desenvolvido nas áreas da filosofia, psicologia, ciências da informação, e de uma ampla variedade de saberes, sendo a base para um vasto conteúdo desde o período grego até a atualidade.
A informação tem uma distinção tênue muitas vezes do conhecimento, havendo inclusive uma forma conceitual de hierarquizar o que constitui a informação, e o que a informação gera. Um dado, por exemplo, é considerado como a matéria prima, ou seja, os números e fatos originais. Já a informação é tida como um conjunto de dados processados, e o conhecimento é a informação autenticada e utilizada pelas pessoas. Portanto existe um vinculo intenso entre dado, informação e conhecimento.
O conhecimento pode ser visto sob diversas perspectivas, considerando o estado mental, o objeto, o processo, o acesso à informação ou a capacidade. Cada uma dá um enfoque diferente ao conhecimento e também ao modo como os sistemas de informação se relacionam.
A gestão do conhecimento é uma área bastante diversa, relacionada com outros saberes, se torna muitas vezes um tema complexo por lidar com cultura organizacional, identidade, rotinas, políticas de gestão, sistemas, processos, documentos e, sobretudo as pessoas. A gestão do conhecimento se propõe não somente a aplicar com eficiências os conhecimentos existentes, mas também criar novos conhecimentos como base para a formulação da competitividade.
Os esforços sempre estiveram concentrados no sentido de codificar, armazenar e transferir conhecimento, de modo que hoje a gestão tem se tornado muito mais dependente da base de dados disponível e do modo como as informações são processadas e disponibilizadas na organização. Todo o qualquer processo decisório prescinde de informações reais, bem estruturadas e conhecimento/competência para interpreta-las.
Uma discussão ainda bastante recorrente na gestão do conhecimento é a relação que existe entre o conhecimento tácito e o explicito, sendo ela uma sistematização que conceitua métodos, processos e tratamentos específicos para cada tipo de conhecimento. Em certas visões a tendência de tornar as ações padronizadas e procedimentadas estimula a valorização apenas do conhecimento explícito, enquanto forma e validade de conhecimento. Entretanto em outras visões, como em organizações inovadoras, por exemplo, nas quais o conhecimento é gerado, multiplicado, com base em tudo o que se tem coletivamente e individualmente, o conhecimento tácito muitas vezes é o fator mais definitivo e valorizado numa organização. Entretanto já se reconhece que essa dicotomia não é relevante visto que as duas perspectivas se complementam e são necessárias e dependentes.
A utilização de sistemas de informação nos processos organizacionais tem se tornado comum em todos os setores em decorrência da tendência de processamento de dados, novos métodos de gestão e novas pressões por prazo e resultados. Na gestão do conhecimento o uso de tecnologias de informação tem se intensificado para dar suporte e incrementar os processos de criação de conhecimento, armazenagem, transferência e aplicação. As mais comuns aplicações dos sistemas na gestão do conhecimento são a organização e difusão das melhores práticas, criação de diretórios corporativos de conhecimento, e a formalização de uma rede de conhecimentos congregando todos os envolvidos na organização.
O texto faz um amplo e objetivo percurso pelas áreas que tem intima relação com o conhecimento, examina alguns fatores conjunturais resultantes das mudanças sociais e posiciona a área enquanto um dos mais relevantes aspectos na definição das estratégias organizacionais. Fica evidente que a gestão do conhecimento não pode ser pensada separada da aplicação das tecnologias da informação que potencializam substancialmente o poder que o conhecimento tem de gerar benefícios e evolução na gestão e nos resultados das mais variadas organizações.

Autor :  Tobias Lopes, Aluno do Mestrado Profissional em Gestão de Organizações Aprendentes