quinta-feira, 13 de junho de 2013



UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
Mestrado Profissional: Gestão em Organizações Aprendentes - MPGOA
Disciplina: Gestão da Informação e Modelagem da Informação
Professora: Dra. Maria Gorete de Figueiredo

Resenha do texto Review: Knowledge Management and Knowledge Management Systems: Conceptual Foundations and Research Issues. MIS Quarterly, V. 25, nº 1 (mar., 2001), pp. 107 – 136.

Por: Hertha Cristina Carneiro Pessoa
Turma 3 - 2012 do MPGOA

Nas últimas décadas, o estudo sobre gestão do conhecimento tem despertado crescente interesse das organizações. Isso vem acontecendo porque estamos vivendo num mundo globalizado e em constante mutação, gerando disputas acirradas de recursos, mercados e receitas. Para ser competitiva nesse novo contexto, as organizações precisam saber gerenciar o conhecimento organizacional, usando-o como uma excelente ferramenta estratégica de competitividade, utilizando como apoio as tecnologias da informação e comunicação (TIC).

Na literatura, encontramos autores que em seus trabalhos nos apresenta uma clara e objetiva abordagem sobre essa questão, tratando sobre conhecimento, sobre os sistemas de gestão de conhecimento e sobre a contribuição das tecnologias da informação e comunicação (TIC) para otimização dos processos. Um desses trabalhos é o de Maryam Alavi e Dorothy E. Leidner (2001), cujo título é Review: Knowledge Management and Knowledge Management System: Comceptual Foundation and Research Issues (Maryam Alavi e Dorothy E. Leidner (2001)) - (Análise: Gestão do Conhecimento e Sistemas de Gestão de Conhecimento: fundamentos conceituais e questões de pesquisa). No referido texto, Alavi e Dorothy mostram os resultados de uma vasta revisão da literatura sobre gestão do conhecimento e o trabalho desenvolvido nas organizações sobre esse tema. 

O resultado desse trabalho nos é apresentado na primeira parte, onde encontramos uma discussão sobre dados, informação e conhecimento. Como não existe consenso entre os diversos autores sobre a relação hierárquica entre esses três elementos, Alavi e Dorothy concordam num ponto sobre essa questão: a categorização desses elementos deve ser pautada pelo nível de abstração. Assim, dado seria o elemento mais primitivo na cadeia de abstração, pois “não chega a transmitir algum significado específico, já a informação “é todo conjunto de dados organizados de forma a terem sentido e valor para seu destinatário. Este, interpreta o significado, tira conclusões e faz deduções a partir deles.” (Turban, McLean e Wetherbe, 2004, pg. 63). Enquanto que conhecimento, tanto pode ser concebido como um “estado de espírito”, um objeto, um processo, uma condição de acesso à informação, ou uma excelência do exercício prático. 

Dentre os variados conceitos de conhecimento, Alavi e Leidner corroboram com a afirmação de Watson (1999) quando este diz que conhecimento pode ser entendido como a capacidade de acesso, interpretação e utilização de informação para auxiliar na tomada de decisão. Também concordam com a classificação de Polanyi e Nonaka quando estes dividem o conhecimento em tácito e explícito.
Segundo CHOO (2006) o conhecimento tácito é o conhecimento pessoal, que é difícil de formalizar ou comunicar a outros. É constituído de Know how subjetivo, dos insgths e instituições que uma pessoa tem depois de estar imersa numa atividade por um longo período de tempo. Já o conhecimento explícito é um conhecimento formal, que é fácil transmitir entre indivíduos e grupos. É frequentemente codificado em fórmulas matemáticas, regras, especificações, e assim por diante.
Para Alavi e Leidner as TIC podem funcionar como ferramentas facilitadoras do processo de transformação do conhecimento tácito em conhecimento explícito, dotando, dessa forma, as organizações de melhor capacidade para interpretar informações necessárias para a tomada de decisões. 

É nesse processo de gerenciar conhecimento, fazendo uso das TIC que as organizações se preparam para o mercado competitivo. Para Davenport e Prusak (1998) a gestão do conhecimento deve ter três objetivos: tornar o conhecimento visível; desenvolver uma cultura de compartilhamento do conhecimento e; criar um relacionamento interpessoal interativo e colaborativo. O tratamento das informações a partir dessas atividades transformadas por Davenport e Prusak em objetivos, faz surgir o Sistema de Gestão do Conhecimento (KMS), elevando, assim, a competência das organizações.
E para continuar competitivas, as organizações devem ser vistas como um sistema de conhecimento composto por quatro processos associados à natureza social e cognitiva da organização, propostos por Nonaka e Takeuchi: Socialização, Externalização, Combinação e Internalização. A socialização é transferência de conhecimento tácito para tácito por meio do compartilhamento de experiências, da observação, ou de habilidades que resultam na criação do conhecimento tácito. A Externalização é o processo de conversão de conhecimento tácito em explícito através do uso de palavras e/ou imagens, diálogos, reflexão coletiva, metáforas, analogias e hipóteses, além da dedução, indução e abdução. É considerada pelos autores como a fase mais importante, pois cria conceitos novos e explícitos para as organizações. Combinação é a ligação e sistematização de conhecimentos explícitos e está fundamentada na codificação em documentos. Internalização é a conversão de conhecimento explícito em conhecimento tácito sob a forma de modelos mentais, compartilhados com outros integrantes da rede, iniciando assim uma nova espiral do conhecimento.

Para Alavi e Leidner (2001), a TI tem um importante papel no processo de gerenciamento do conhecimento, pois os recursos disponíveis podem ocasionar “uma maior amplitude e profundidade de criação de conhecimento, armazenamento, recuperação, transferência e aplicação nas organizações”. Isso propiciará melhorias e ganhos nos processos organizacionais. 

Por fim, a abordagem de Alavi e Leidner, cujo foco é a gestão do conhecimento e os sistemas de gestão de conhecimento, aliados à Tecnologia da Informação e Comunicação, traz importante contribuição para o mundo organizacional, visto que apresenta um criterioso trabalho acerca da importância do desenvolvimento de uma cultura organizacional, cujo foco se direcione para os processos criadores de conhecimento.

Um comentário:

  1. O texto apresentado pela mestranda Herta Cristina demonstrou ser claro e objetivo e cumpriu o papel de esclarecer sobre as ideias principais apresentadas no artigo resenhado.

    Prestigiou o conceito de gestão do conhecimento, reconhecendo a sua relevância no mundo globalizado.

    Fez a distinção entre conhecimento tácito e explícito, bem como sobre dado, informação e conhecimento, além de trazer o pensamento de cada autor citado no artigo.

    Evidenciou o papel da tecnologia da informação no estudo analisado e a relevância desse estudo para a sociedade, especificamente para as organizações.

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